domingo, 16 de maio de 2010
Ações do Projeto
A veiculação da rádio e confecção do jornal na escola, incentivam o processo educativo, promovem a interdisciplinaridade e causam uma ruptura com as práticas escolares rotineiras, redefinindo o papel do educador e os métodos de ensino que ele utiliza, considerando outros fatores bastante relevantes nessa ação como, a prática real do trabalho em grupo e a experimentação de diversas maneiras para realizar a aprendizagem.
Criar e veicular os programas da rádio e as matérias do jornal, proporcionam novas formas de relacionamento entre professores e alunos e renovam as práticas pedagógicas. Além disso, para sua produção é exigida diferentes especialidades, que vai do planejar à locução, do editorial à reportagem, e envolvem as mais diversas áreas do conhecimento ligando-as ao serviço público, que é o de informar.
Assim, a tarefa da equipe de educomunicação é o de saber qual informação será dada e, em que circunstância.
O educando inserido no contexto destas mídias tem nestas, um espaço para comunicar e expressar os assuntos que o interessam, bem como veicular sua voz e caminhar para a descoberta da sua própria identidade, uma vez que, a utilização dos veículos de comunicação, valoriza a autonomia e a atuação na realidade, desenvolve as capacidades, leitora e escritora de forma crítica levando-o a perceber as diferenças entre opinião e notícia e da intencionalidade nas informações, que propõe a criação do hábito de pesquisar em fontes diversas e a sintetizar as idéias num texto, ato esse que reforça o espírito crítico.
Esses meios de comunicação na escola, não fazem parte apenas de uma cultura midiática que recebe a informação de forma passiva e sem questionar, mas trata-se de uma atitude crítica a seu respeito. Faz com que utilizemos a palavra como ferramenta à variedade de assuntos. Transforma-os em instrumentos de participação e fruto de um trabalho coletivo que envolve toda a comunidade escolar, incluindo os pais e moradores do entorno da escola, cumprindo assim, com uma das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
O Projeto
A sociedade atual caracteriza-se pela busca da informação e do conhecimento. Ler e escrever são peças fundamentais para sermos inseridos no contexto social. Daí vem o grande desafio dos educadores nos dias de hoje:
Como despertar o gosto dos educandos pela leitura e escrita de forma prazerosa, diante de tantas concorrências midiáticas que já fazem parte do universo deles, desde que nascem? Isto, sem causar traumas.
Considerando essa realidade, a proposta do projeto é trabalhar as competências: leitora e escritora, de forma diferenciada e fugindo dos moldes tradicionais, buscando textos em diversos gêneros e formatos para promover situações de aprendizagem significativa, onde percebam que a leitura e a escrita já fazem parte de suas vidas e que sejam vistas com naturalidade, mas de forma crítica e com participação transformadora na realidade em que vivem.
OBJETIVO GERAL:
Estimular o desenvolvimento das capacidades: leitora e escritora, utilizando os meios de comunicação como ferramentas pedagógicas numa metodologia para ensino-aprendizagem.
Observações:
1) Estamos considerando como ferramentas pedagógicas:
o Rádio;
a TV;
a Internet (blog) e
o Jornal (virtual e mural).
2) O projeto será norteado pelos quatro pilares apontados pela UNESCO, da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São eles:
Aprender a conhecer;
Aprender a fazer;
Aprender a viver junto;
Aprender a ser.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Criar um blog para divulgação do trabalho;
Oferecer oficinas de comunicação e tecnologia no contraturno;
Despertar interesse pela leitura e escrita de forma prazerosa;
Oportunizar práticas de leitura e de escrita diferenciadas;
Preparar atividades diversas que envolvam a leitura e a escrita;
Estimular o uso da escrita como veículo de expressão de suas próprias idéias;
Ampliar seus conhecimentos em relação à construção textual, através de diferentes gêneros literários e hipertextos;
Diversificar os meios de incentivo a leitura, promovendo a motivação, o interesse e o prazer nessa atividade;
Promover o discurso oral incentivando a melhora do repertório lingüístico;
Desenvolver o conceito e a prática de uma ecologia integral;
Contribuir para a construção de uma cultura de paz com o fortalecimento das relações pessoais e interpessoais;
Incentivar a Paz como um caminho imprescindível para o desenvolvimento de uma Educação de qualidade;
Promover experiências culturais e artísticas que estimulem a cultura de paz com a inclusão da família no trabalho escolar como forma de prevenção da violência e favorecer discussão dos temas transversais no currículo escolar em espaços dentro e fora da escola;
Oportunizar ações que visam promover a autonomia e o protagonismo infanto-juvenil;
Apurar o olhar para a descoberta do que não é dito;
Aproximar a família da escola;
Despertar o artista, escritor, radialista, DJ, jornalista, comentarista, desenhista, líder, observador e etc. que há dentro de cada um;
Criar um espaço onde os alunos possam se expressar, deixar suas sugestões e reclamações, de forma democrática, dizer o que pensam ou o que sentem;
Interação entre os alunos das diversas idades;
Desenvolver a afetividade pela aproximação na forma de amizade;
Atender por um canal aberto, no que for possível, às expectativas dos alunos e, não destes somente, mas de todos que usarem este meio para publicar sua mensagem;
Detectar, através dos recados e mensagens dos alunos, qualquer tipo de anormalidade para que possamos orientar ou encaminhá-los naquilo que for preciso e possível;
Produzir um correio interno divulgando, noticiando todos os acontecimentos relativos ao processo ensino-aprendizagem;
Produzir textos críticos com base na análise feita em reflexões de vídeos, textos diversos, situações cotidianas, etc.
METODOLOGIA
Implementação de seqüências didáticas (exploração, apropriação, reflexão, transformação);
Construção de textos coletivos e individuais, Contextualização de textos, Relação entre texto e contexto, Discussões sobre aspectos dos textos: (textualidade, gramaticalidade, discursividade);
A leitura como processo dialógico: Leituras, oralidade e dramatização. Ex. Sarau, apresentações, rodas de conversas, debates, entrevistas, releituras, etc.
Exposições temáticas e Dinâmicas de Grupo;
Pesquisas em portadores de textos diversos (impresso e virtual);
Uso de recursos áudios-visuais;
Uso de gráficos e tabelas;
Atividades extraclasse.
INFRA-ESTRUTURA:
Recursos Humanos:
Equipe Técnica da Escola
Professores da Escola dentro das jornadas e aulas regulares
Arte Educador de ONG
Professores em JEX/TEX
Recursos Materiais:
Multimídias: Som, Televisão, Computador com Internet, gravador, máquina Digital, microfone, Impressora, CD, DVD, extensões e cabos auxiliares;
Papelaria: Papéis diversos, pincéis atômicos, canetas, lápis, fita crepe, dupla face, etc;
Recursos Físicos:
Sala de aula, outros espaços da escola, entorno e locais para vivências.
AVALIAÇÃO
A avaliação do projeto se dará pela observação de todo o processo, da participação dos alunos nas atividades, na construção de textos coletivos e individuais e na mudança de comportamento do educando em relação ao outro e ao espaço escolar.
A avaliação busca o desenvolvimento da auto-regulação, tanto individual quanto grupal, que se faz possível nas conversas, onde através do diálogo, perceba-se gradativamente o envolvimento dos educandos que assumem a responsabilidade de se auto-avaliar. Neste sentido, o educador acompanha este processo de forma transparente, dialógica e interativa.
Os momentos das conversas são espaços criados onde todos podem participar, tendo momentos de falar e ser ouvido. É no diálogo que resolvemos os conflitos, fazemos intervenções, ampliamos nosso olhar sobre diversos assuntos, modificamos determinadas ações para melhor adequar as necessidades do projeto. O Diálogo é também uma das formas de avaliação escolar que propõe uma contextualização do que o aluno aprendeu e do que quer aprender, e sobre a utilidade dos conhecimentos para sua vida, são nestes momentos em que se podem evidenciar as potencialidades e dificuldades de cada um, procurando criar um ambiente de convivência permeado por relações horizontais entre educandos e educadores, onde permite o desenvolvimento da autonomia diante das demandas sociais, respeitando as necessidades de cada um e o ritmo individual, dentro de uma reciprocidade no coletivo de forma democrática.
BIBLIOGRAFIA:
Lei 8069/90, Art. 4º, parágrafo único - Estatuto da Criança e do Adolescente;
Lei nº 9.394/96, Dos princípios e fins da Educação, Art. 3º - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais.Temas Transversais/Secretaria de educação fundamental. – Brasília; MEC/SEF – 1998
Levi, Shar. Projetos para um Planeta saudável: experimentos ambientais simples para crianças, São Paulo: Augustus, 1996;
Capra, Fritjof. Alfabetização Ecológica: A educação das crianças para um mundo sustentável.São Paulo: Cultrix, 2006;
Wolff, Janet. Redescobrir Ciências. São Paulo: FTD, 2005. (Coleção Redescobrir: Ciências);
Scliar, Moacyr. Um olhar sobre a Saúde Pública. São Paulo: Scipione, 2003. (Coleção Palavra da gente);
Coll, César e Ana Teberosky. Aprendendo Personagens. Conteúdos essenciais para o ensino fundamental, São Paulo: Ática, 2000;
Machado, José Nilson. Educação e Valores, São Paulo: Ed. Escrituras;
Colombier, Claire e outros. A violência na escola, Ed. Summus;
Aquino, Julio Groppa. Indisciplina na escola - Alternativas Teóricas e Práticas , Ed. Summus;
__________ . Do cotidiano Escolar - Ensaios sobre a ética e seus avessos, Ed. Summus;
Machado, Ana Maria – O Tesouro das Virtudes para Crianças, Ed. Nova Fronteira;
Harris, Ray. Faça seu próprio Jornal. 4ª Edição. Campinas, SP: Papirus, 1995;
Soares, Ismar de Oliveira (org). Caminhos da educomunicação, 2ª Edição. São Paulo: Editora Salesiana, 2003;
Lampert, Ernani. Educação Brasileira: Desafios e Perspectivas para o Século XXI, 1ªEdição. Porto Alegre: Sulina, 2000. Texto: Escola e Meio Ambiente – Um intercâmbio produtivo, p. 75;
Krausz, Mônica. Fazendo revista na escola. São Paulo: Editora Formato, 2002.
REVISTAS, FOLHETOS, PANFLETOS, CADERNOS, JORNAIS, ETC.
Jornal de São Miguel em notícias.Publicações de 2010;
Revista Ciência Hoje. Diversas
Secco, Patrícia Engel. O Voluntário da Saúde, Dengue nunca mais! São Paulo: Editora Educar, (Coleção Juca Brasileiro);
JORNAIS: Folha de São Paulo; O Estado de São Paulo; e outros.
VHS, DVD e CD
Kit Folclore: Mitos e Lendas Brasileiras. Inteligência Editorial;
Criança a Alma do Negócio, entre outros sobre consumismo;
Coleção “A cor da pele”, entre outros sobre preconceito racial;
Criança – Teste do Racismo;
Declaração Universal dos Direitos da Criança.
ACERVO DA Internet
www.plenarinho.gov.br;
www.wikipedia.org;
www.sosomataatlantica.org.br
quarta-feira, 5 de maio de 2010
A Educomunicação na prática pedagógica
O conceito de Educomunicação, visto desta maneira, é de uma gestão comunicativa e dialógica que irá se caracterizar por aguçar as contradições na construção dos saberes, que tem suas ações pautadas pela intencionalidade capaz de modificar a realidade em que se vive e promover a autonomia dos participantes desse processo, que ao realizarem um novo discurso, experimentam, na verdade, uma outra forma de convivência social que é fundamentada, antes de tudo, no profundo respeito a cada um dos seus integrantes, e esses por sua vez, compreendem que se os pensamentos e as decisões são individuais, os debates e as ações são sempre coletivos.
Neste sentido, os meios de comunicação possibilitam a transformação e renovação das relações e interações, num leque de inter-relações que vão além das fronteiras e que são alicerçados pela alegria e pela liberdade, que se traduzem em práticas de leituras críticas, participativas e construtivas, que só ocorrem quando o sujeito se sente tocado, envolvido e conectado, fazendo-o sentir-se parte do todo.
Dessa forma, levar a Educomunicação para a sala de aula, incentiva o diálogo como estratégia de resolver os conflitos existentes neste espaço e que em contra partida, promove a Cultura da Paz, que nada mais é do que “a paz em ação”, ou seja, desenvolver uma cultura que não aceita a violência de qualquer espécie (física, étnica, psicológica, etc.), e utiliza a palavra como um instrumento valioso para qualificar a convivência na diversidade, dando espaço ao diálogo, à argumentação e à cooperação que contribuem para o sentimento de solidariedade e alteridade, incentivando valores e atitudes em prol da Cultura da Paz.